Organix recebe representantes de Singapura no ABC

Recentemente, nós tivemos aqui na agência a oportunidade de acompanhar a vista de uma comitiva da embaixada de Singapura e de representantes das agências de comércio do país ao Grande ABC. O objetivo é o de estreitar os laços e fomentar os negócios entre os singapurianos e brasileiros, em especial com empresas de nossa região.

Foi um dia bastante proveitoso e enriquecedor, que fez com que refletíssemos muito sobre como um país saiu do subdesenvolvimento e, em apenas 50 anos, transformou-se em uma potência tecnológica e um exemplo de avanço social. Não tenho dúvidas de que temos muito o que aprender com Singapura.
Singapura é uma ilha situada no extremo sul da península da Malásia, com cerca de 700 quilômetros quadrados de extensão e uma população de 5,5 milhões de habitantes, em sua maioria de ascendência chinesa. Foi colônia britânica até o ano de 1959 – a Inglaterra passava por problemas financeiros e não tinha como manter seus territórios ocupados -, uniu-se à Malásia posteriormente, no ano de 1965, tornou-se estado independente.
Praticamente privada de recursos naturais – até mesmo água Singapura tinha de importar da Malásia, a recém-criada república concentrou seus esforços e investimentos em educação (tanto na educação de base como na formação técnica e profissionalizante para capacitação industrial) e tecnologia.
O resultado foi um avanço extraordinário. Para se ter uma ideia da mudança, a renda per capita saltou de US$ 1 mil para US$ 56 mil neste período. O país desenvolveu tecnologia de ponta em diversos setores.
Chama bastante atenção as soluções que o país encontrou para a questão da água e de resíduos. Para se ter uma ideia, as tecnologias de Singapura são capazes de transformar água de esgoto em água potável e também gerar energia através do lixo, dois pontos fundamentais para o Brasil que está vivenciando problemas sérios de escassez de água e que tem projeto de lei já vencida para acabar com os lixões.
Estes são apenas dois exemplos de segmentos em que poderíamos utilizar a tecnologia singapuriana. Os principais setores econômicos do país são a indústria, finanças e serviços portuários. A taxa de desemprego gira em torno de 2%. O PIB ultrapassou os US$ 300 bilhões em 2014, o que fez com que o país ocupasse a 37ª posição no ranking mundial em volume, e faz isso praticamente sem terras para plantar e sem recursos naturais.
O país é visto hoje como uma porta de entrada para outros países asiáticos pela localização estratégica, está a 7 horas, no máximo, dos maiores mercados consumidores do mundo. Por isso, concentra escritórios de dezenas de milhares de multinacionais, de todo o planeta.
Conversando com os representantes singapurianos que tivemos o prazer de conhecer, perguntamos a eles qual o segredo de tanta pujança em tão pouco tempo. A resposta foi simples, investir em pessoas. Capacitar pessoas, desenvolver talentos, sejam eles quais forem: habilidades técnicas ou intelectuais.
E o que podemos aprender para aplicar ao nosso país? Enquanto não tivermos a educação e os investimentos em tecnologia como prioridades, continuaremos como meros exportadores de commodities. O Brasil não tem nenhum planejamento de longo prazo, para nenhum segmento. Um exemplo de como nossa cultura apenas pensa no imediatismo foi o triste acidente em Mariana na semana passada. E muitas outras barragens estão trabalhando no limite, eu diria que a maioria delas. Outras tragédias já estão anunciadas e nada está sendo feito para evita-las. Como um dia chegaremos aos patamares de uma Singapura diante desta realidade?
Esta foi uma grande experiência para nós e esperamos abrir portas para grandes negócios em breve.